quinta-feira, 14 de julho de 2016

SINUS LIFT - LEVANTAMENTO DE SEIO MAXILAR

SINUS LIFT
Levantamento de Seio Maxilar    


     O levantamento de seio maxilar, ou sinus lift, é um procedimento cirúrgico que visa a realização de um enxerto ósseo na região que receberá implantes dentários e que possui reabsorção óssea acentuada, devido a grande quantidade de tempo na qual o paciente ficou sem a presença de dentes posteriores superiores. Dessa forma, almeja-se um ganho ósseo vertical para recuperar a altura da região, possibilitando a colocação dos implantes.
     
     O chamado Seio Maxilar é uma cavidade pneumática, ou seja, uma estrutura cheia de ar, com diversas funções e fortemente associada a respiração. Ao redor desta cavidade encontra-se uma membrana fina (Membrana de Schneider), que durante o procedimento de enxerto ósseo deve ser elevada.
     


     A membrana de Schneider é cuidadosamente descolada, e o material de enxerto é interposto sob a mesma.

     Geralmente utiliza-se como enxerto um biomaterial, em sua maioria oriundo de uma mistura de osso bovino e hidroxiapatita. No entanto, pode-se também associar ao material de enxertia o PRP (Plasma Rico em Plaquetas), obtido através de um tratamento laboratorial do sangue do paciente. Colhido pelo bioquímico no momento da cirurgia, o uso do PRP facilita a manipulação do enxerto, lhe conferindo uma consistência gelatinosa e acelerando o processo de cicatrização dos tecidos moles.

     Alguns cuidados específicos são necessários para o pós-operatório de um paciente que realizou o levantamento de seio maxilar:

1. Quando espirrar ou tossir, fazê-los com a boca aberta para não causar pressão na área operada;
2. Se ocorrer congestão nasal, evitar assoar o nariz e utilizar descongestionante nasal;
3. Não abaixar a cabeça de forma abrupta. Caso seja necessário, abaixar, fazer flexionando as pernas;
4. Não realizar mergulhos por no mínimo 2 meses, salvo por liberação do implantodontista;
5. Atividades como natação, corridas, sauna e viagens aéreas deverão ser suspensas por no mínimo 21 dias;
6. Sangramentos nasais são comuns nos primeiros dias, mas devem ser acompanhados.



                                                                      Até a próxima!!
                                           
                                                                           Um abraco!!
                                                                         Dr. Valter Luiz



sexta-feira, 8 de julho de 2016

AMELOBLASTOMA

 
     AMELOBLASTOMA, é uma neoplasia benigna, mas localmente invasiva, consistindo de epitélio odontogênico proliferativo, em meio a um estroma fibroso. Não tem potencial indutivo sobre o estroma.
     Usualmente, os ameloblastomas são diagnosticados na 4ª e 5ª décadas de vida e em 80% dos casos, encontra-se na mandíbula e 20% dos casos na maxila.
     Nos casos mandibulares, 70% localizam-se na região de molar e ramo ascendente, 20% na região de pré-molar e 10% na região anterior.

     As hipóteses para o surgimento dos ameloblastomas são diversas. A mais aceita e difundida é aquela que aponta a lâmina dentária como provável tecido de origem dos ameloblastomas. As outras possibilidades são representadas por estruturas epiteliais originárias do epitélio de revestimento bucal do órgão de esmalte, restos de Malassez e lesões císticas. Ao epitélio de revestimento bucal, tem sido atribuída a origem do ameloblastoma extra-ósseo, que se desenvolveu no rebordo alveolar.

     O ameloblastoma é um tumor de crescimento lento, assimétrico, podendo provocar deformidade facial devido a distensão da cortical adjacente à lesão e, nos casos mais avançados, romper o limite ósseo e aflorar na boca.



     A imagem radiográfica dos ameloblastomas é muito variável. Para fins de entendimento, pode apresentar-se, basicamente, nos dois aspectos radiográficos:

1. Um aspecto unilocular ou unicavitário, formando no osso uma loja, cavidade, compartimento ou cripta única bem delimitada;
2. O aspecto multilocular ou pluricavitário, o mais comumente descrito, para identificar radiograficamente o Ameloblastoma, formado por várias lojas, cavidades, compartimentos ou criptas, ou seja, um conjunto de áreas radiolúcidas, de tamanho e formas variáveis, separadas entre si por septos ou linhas radiopacas.

Alguns dados devem ser buscados como indício radiográfico de ameloblastoma:

I. ASPECTO UNILOCULAR
- Interrupção da cortical;
- Formação de imagens monocísticas pequenas;
- Presença de septos ósseos ainda que incompletos, dentro da área radiolúcida;
- Dentes adjacentes podem apresentar reabsorção radicular;
- Associação com dentes inclusos no interior da lesão.

II. ASPECTO MULTILOCULAR
A imagem multilocular pode ser de dois tipos: "MULTICÍSTICA ou em BOLHAS DE SABÃO" e "MULTIMICROCÍSTICA ou em FAVOS DE ABELHA".

MULTICÍSTICA (BOLHAS DE SABÃO)
- Presença de inúmeras lojas de tamanho e formas diferentes, que variam de um até vários centímetros, com septos finos e bem marcados, arranjados anarquicamente, lembrando formas de bolhas;

- Os septos divisórios podem aparecer desde uma estreita e bem marcada linha radiopaca, idêntica à imagem da cortical cística, até uma faixa óssea de pequena espessura, radiopaca, lembrando a imagem do osso esclerosado;

- Associação com dentes inclusos no interior da lesão.

MULTIMICROCÍSTICA (FAVOS DE ABELHA)
- Presença de um grande número de pequenas cavidades, de forma aparentemente idêntica e tamanho uniforme;

- Paredes do tumor são indefinidas, e as margens podem aparecer lobuladas;

- Têm o nome de "favos de abelha" ou "favos de mel", por apresentarem um aspecto semelhante à da estrutura do favo de mel;

- Dentes inclusos podem estar presentes.

     Um ameloblastoma pode mostrar um considerável número de grandes espaços cheios de sangue, e alguns exemplos com estes aspectos têm sido chamados "hemangioameloblastomas". Entretando, aceita-se que estes espaços com sangue resultam da dilatação dos vasos como resultado da degeneração do estroma.


     Os ameloblastomas são tratados por remoção cirúrgica, no entanto, ainda existe certa controvérsia quanto ao tipo de cirurgia.

     A curetagem é o procedimento menos recomendado, porque restringe-se apenas à área lesada, não sendo possível agir com margem de segurança diante de uma possível (e comum) infiltração, além da parte curetada, devido ao poder invasivo local do tumor.

     Dependendo do tamanho e da localização do ameloblastoma, recomenda-se ressecção em bloco ou a ressecção radical. Nos casos em que a lesão já envolveu grande parte da mandíbula, a conduta cirúrgica seria a hemimandibulectomia. Quando o tumor ainda não atingiu grande proporção, a ressecção em bloco com margem e segurança é a opção cirúrgica recomendada.

Fonte: Manual de Patologia Geral FOP/UNICAMP

                                                                       
                                                                            Até a próxima!!

                                                                                   Um abraço!!
                                                                                Dr. Valter Luiz